
Até por volta das 15 horas de domingo (30), o foragido da Justiça André do Rap era o principal suspeito de ter sido o homem metralhado na noite de sábado (29) dentro de uma Hilux preta no distrito de Itaoca, balneário do município de Itapemirim, no litoral Sul capixaba.
A notícia se espalhava como rastilho de pólvora pela Internet com as mais diversas versões e motivações para o suposto assassinato do líder do PCC, organização criminosa paulista. Até que a família de Edino de Paula Macedo, o “Porcão”, 38 anos, morador de Itaperuna (RJ), fez o reconhecimento de seu corpo no Serviço Médico Legal de Cachoeiro de Itapemirim.
André de Oliveira Macedo, o André do Rap, está foragido desde 2020, quando foi liberado da prisão por uma liminar do ministro Marco Aurélio Melo, cassada poucas horas depois pelo ministro Luiz Fux.
A confusão se deu por dois fatores: demora da polícia de identificar a vítima e a semelhança física entre André de Oliveira Macedo e Edino de Paula Macedo.
O crime foi na noite deste sábado (29), em Itaoca, Itapemirim.
A vítima foi morta com pelo menos 15 tiros dentro de uma Hilux preta, na Rua Arthur Menegardo, em frente à Praça do balneário.
O carro usado pelo executor, ou executores,um gol branco, foi encontrado horas depois pegando fogo próximo à rotatória de Vila do Itapemirim, a cerca de 15km do local do crime. Populares informaram à polícia do incêndio. Os bandidos fugiram em outro carro.
NOTAS
Demandadas pelo site Tribuna Norte-Leste, as autoridades capixabas, no primeiro momento, não confirmaram nem desmentiram a versão de que o homem seria André do Rap.
A Polícia Militar limitou-se a informar: “Na noite desse sábado (29), policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de homicídio na região de Itaoca, em Itapemirim. No local, a equipe constatou que a vítima, de sexo masculino, foi baleada no interior de um carro. A Polícia Civil foi acionada. Segundo informações, o autor do crime estava em um veículo”.
Quando respondeu, a Polícia Civil também não entrou em detalhes, enquanto intensificam-se nas redes sociais as informações de que André do Rap havia sido assassinado como “queima de arquivo”.
Dizia a nota da PC: “A Polícia Civil informa que até o momento nenhum suspeito do crime foi detido. O caso seguirá sob investigação da Delegacia Regional de Itapemirim. Outras informações não serão divulgadas, no momento, para não atrapalhar as investigações.
O corpo da vítima, um homem de 37 anos, foi encaminhado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim para ser necropsiado e liberado para os familiares. A assessoria não tem autorização de passar informações sobre identificação e liberação de corpos, essas informações só são passadas com autorização das famílias das vítimas.
A população pode denunciar através do Disque-denúncia (181) qualquer tipo de irregularidade, ilegalidade ou repassar informações que ajudem as polícias na elucidação de delitos ou infrações. A ligação é gratuita e pode ser realizada em qualquer município do Estado”.
Edino de Paula Macedo (não se sabe até o momento de há parentesco com André de Oliveira Macedo), informou a polícia após sua identificação pela própria mãe (não há registro na ocorrência de que houvesse sido apresentada identidade do vítima), tem diversas passagens por tráfico de drogas, homicídio e porte de armas.
QUEM É ANDRÉ DO RAP
O MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) incluiu no dia 13 de outubro de 2020 o traficante André do Rap na lista de Procurados Nacional. André, acusado de ser um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi liberado da prisão no sábado anterior, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e é considerado foragido.
De acordo com o MJSP, a Lista de Procurados Nacional é estratégica para o enfrentamento às organizações criminosas. André é acusado de vários crimes ligados ao tráfico internacional e foi condenado, em 2014, pelo envio de drogas por navio à Europa.
Na época, ele teve prisão decretada em razão dos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes e associação ao tráfico, por envolvimento no transporte de aproximadamente quatro toneladas de cocaína.
SOLTURA
De acordo com o UOL Notícias, André deixou a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, na manhã de sábado (10 de outubro de 2020), após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello acatar dois pedidos de habeas corpus e determinar sua soltura.
Segundo a liminar do ministro, André do Rap estava preso sem uma sentença condenatória definitiva, excedendo o limite de tempo previsto na legislação brasileira.
A decisão foi suspensa pelo presidente da Corte, Luis Fux, na noite da mesma data. Fux atendeu pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que argumentou que a liminar violava a ordem pública.
Em despacho, Fux disse que André era um preso de “altíssima periculosidade, com dupla condenação em segundo grau por tráfico transnacional de drogas, investigado por participação de alto nível hierárquico em organização criminosa (Primeiro Comando da Capital – PCC) e com histórico de foragido por mais de 5 anos”.
O colunista do UOL, Josmar Jozino, apurou que André fugiu para fora do país na noite do mesmo dia em que foi solto. Ele prometeu às autoridades ir para casa, no Guarujá, litoral paulista, após deixar o presídio. No entanto, investigadores afirmaram que ele seguiu de carro para Maringá, no Paraná — a suspeita é que ele tenha embarcado em um avião particular até o Paraguai.
BOATO
A confusão pelas redes sociais foi tanta que na noite de domingo (30) o site www.boatos.blog publicou que era boato a informação circulando na Internet de que André de Oliveira Macedo, o André do Rap, 45 anos completados no último dia 3 de outubro, um dos líderes do PCC, teria sido assassinado em Itaoca, município de Itapemirim, no Espírito Santo.
E acrescentando que a vítima, segundo a polícia, era Edino de Paula Macedo, o “Porcão”, assim como André, também traficante.
André tem sido fonte de uma série de desenntros. Foi preso em 2019 em Angra dos Reis, numa operação anulada recentemente pelo STJ por erro técnico: polícias tinham apenas mandado de prisão e fizeram busca e apreensão.
Como consequência, a Polícia Civil teve que devolver há duas semanas ao traficante (não se sabe quem recebeu o bem) um helicóptero que havia sido apreendido de sua propriedade e que, adesivo, vinha sendo usado em operações policiais.
Porém, André do Rap tornou-se réu numa outra ação contra ele por lavagem de dinheiro na compra de uma mansão em Angra dos Reis (TJ).
André tem uma condenação de 25 anos de prisão por tráfico internacional de drogas. (Fontes: Tribuna Norte-Leste, G1, UOL Notícias e Boatos,org)
Com informações do site: fanoticias